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Ciro Gomes é entrevistado pelo JN. Veja os principais pontos da entrevista

Presidenciável concedeu entrevista aos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos nesta terça-feira

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Ciro Gomes nos estúdios Globo, em entrevista ao Jornal Nacional

O segundo entrevistado das sabatinas do Jornal nacional, da TV Globo, com os presidenciáveis, é Ciro Gomes (PDT). Nesta terça-feira (23), o candidato ao Palácio do Planalto exemplificou como pretende garantir renda mínima de R$ 1.000 para a população mais pobre do Brasil. Ele ainda disse que tem a intenção de mudar o modelo de governança política, pedindo às pessoas para pensar o Brasil com ele.

UNIR O BRASIL

Eu pretendo unir o Brasil ao redor de um projeto. Esse projeto tem um diagnóstico: o Brasil vive hoje a mais grave crise, se nos atentarmos aos números de desemprego e fome. 33 milhões de pessoas estão com fome e 120 milhões não fizeram as três refeições hoje. Há pessoas e grupos políticos responsáveis por essa tragédia. A maior ameaça à democracia é o fracasso dela na vida do povo, mas eu vou me esforçar para unir o Brasil, reconciliar o Brasil, o que não me parece haver contradição”.

CORRUPÇÃO

Divulgação/Imagem da Internet

A corrupção é praticada por pessoas. O desastre econômico, o privilégio que faz com que o Brasil tenha cinco pessoas acumulando a renda de 100 milhões de nacionais, brasileiros mais pobres e de classe média, é responsabilidade de pessoas e de grupos. Elas devem ser apontadas, indicadas e responsabilizadas, mas não olhando para trás. É olhando para frente, porque a ciência da insanidade é você repetir as mesmas coisas e esperar resultados diferentes. Eu estou tentando mostrar ao povo brasileiro essa polarização odienta, que eu não ajudei a construir. Pelo contrário. Eu estava lá em 2018, tentando advertir as pessoas de que elas não podiam usar a promessa enganosa do Bolsonaro para repudiar a corrupção generalizada e o colapso econômico gravíssimo que foram produzidos pelo PT. E agora está se tentando repetir uma espécie de 2018, portanto a gente tem que denunciar isso, compreendendo, respeitando. Mas nós temos que ser duros. A corrupção é um flagelo no Brasil”.

CONFRONTAR COMANDANTES DO PAÍS

Eu devo sempre reavaliar. Faço esse esforço de humildade permanentemente. Minha tarefa é reconciliar o Brasil. O Brasil tem hoje pessoas que estão passando fome numa conta de metade da população e eu tenho um programa. O programa de renda mínima com status constitucional, que vai entrar como uma ferramenta da previdência social, para nos proteger das manipulações de véspera da eleição. E, para viabilizar isso, eu tenho que confrontar aqueles que mandaram no Brasil durante esses anos todos. Às vezes, eu, sim, venho de uma tradição do Nordeste e a nossa cultura política é palavrosa, digamos assim. E às vezes as pessoas no Sul e no Sudeste, as pessoas não entendem bem e não me custa nada rever certos temas, especialmente na proporção em que meu sonho é reconciliar o Brasil”.

ECONOMIA

Imagem Ilustrativa

O que eu estou propondo é uma perna de um novo modelo previdenciário. Vou pegar o BPC, a aposentadoria rural, o seguro-desemprego e todos os programas de transferência – especialmente o novo Bolsa Família, que é o Auxílio Brasil – e transformar num direito previdenciário constitucional. Ou seja: ninguém mais vai depender de político A, político B, eleição A, eleição B, ameaças e tentativas de manipular o sofrimento mais humilhado do nosso povo, das mães de família que estão vendo seus filhos dormir com fome hoje. Isso me dói o tempo todo. Essa consolidação dá R$ 297 bilhões”.
[Essa conta] Fecha porque, para fechar os R$ 297 bilhões, dos recursos que já existem, eu vou agregar um tributo sobre grandes fortunas apenas e tão somente sobre os patrimônios superiores a R$ 20 milhões. Apenas 58 mil brasileiros têm esse patrimônio. Cada super-rico do Brasil vai ajudar a financiar com 50 centavos apenas a cada 100 reais de sua fortuna a sobrevivência digna de 821 brasileiros abaixo da linha de pobreza”.

POLÍTICA

Eu pretendo mudar o modelo econômico, que é uma tarefa profundamente complexa e difícil, e pretendo mudar também o modelo de governança política, pedindo às pessoas para pensarem junto comigo. O Brasil se redemocratizou em 1989. Collor governou com esse modelo e foi cassado. Fernando Henrique e o PSDB nunca mais ganharam uma eleição nacional governando com esse modelo. Lula foi parar na cadeia governando com esse modelo”.
É o que se convencionou chamar de presidencialismo de coalização, na expressão elegante de Fernando Henrique, ou nessa adesão vexaminosa e corrupta ao Centrão. A gente precisa chegar à conclusão de que esse modelo é a certeza de uma crise eterna. Lula na cadeia, Dilma cassada, Collor cassado, Fernando Henrique nunca mais disputou nacional e Bolsonaro desmoralizado agora. Qual é a minha proposta? Transformar minha eleição não num voto pessoal, mas num plebiscito programático. Vou tentar forçar a mão em todas as ocasiões que eu tiver oportunidade para que a gente discuta ideias. Isso diminui muito a distância entre um presidente que quer governar o país, que eu quero, e um Congresso que tende a ser reativo, naturalmente”.
Primeiro, propor as ideias e não o ‘deixa que eu chuto’, que tem sido a característica do populismo de direita e de esquerda. Propor nos seis primeiros meses, que é uma hora mágica. Se Fernando Henrique propõe na sequência do Real: ‘está aqui as reformas sem as quais o Real não vai sobreviver’, tinha passado tudo. Não propuseram nada. Lula não propôs nada. Perderam a hora mágica. Terceiro: negociar. Quem quer que o povo eleja”.
Resumindo: propor a ideia, propor nos seis primeiros meses e ampliar a negociação com governadores e prefeitos. Estabelecer um pacto novo, libertando a falência dos estados e municípios. São R$ 600 bilhões de dívida que estão levando 15% das receitas dos estados e municípios para Brasília. Eu reestruturo essa dívida, reforço os caminhos de investimento dos estados e municípios e os governadores e prefeitos vêm para a mediação. Acabou. Persistiu o impasse nesse ou naquele ponto, chama o povo para votar diretamente através de plebiscito”.

ISOLAMENTO

A gente tem que entender que eu represento uma espécie de movimento abolicionista num sistema escravista. Você não vai esperar que um escravista ajude um abolicionista”.

O JN entrevistará, na quinta-feira, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva e na sexta-feira, Simone Tebet (MDB). E você acompanha o resumo, aqui, no Portal BRC Notícias em Parceria com o Bahia Notícias

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