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Candidato ao senado com apoio de ACM Neto na Bahia, João Leão faz aceno ao PT na eleição nacional

Vice Governador ainda sinaliza para romance com o partido que deixou de apoiar

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Foto oficial na união entre João Leão e ACM Neto

Após formalizar, nesta quinta-feira (17), seu apoio à chapa eleitoral do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (UB), o vice-governador da Bahia, João Leão (PP), sinalizou que há também possibilidade de apoiar a candidatura do ex-presidente Lula.

Com essa estratégia, João Leão coloca seu nome em duas fortes correntes políticas no pleito de outubro: firma aliança com Neto para o governo da Bahia e tem chance de estar vinculado a Lula no âmbito nacional. A movimentação do vice-governador demonstra também o seu desejo de ser eleito como senador no pleito de outubro.

Nacionalmente, o PP estará com o presidente Jair Bolsonaro, enquanto o União Brasil ainda não definiu se terá candidato próprio ou apoiará alguma pré-candidatura já posta.

No evento desta quinta-feira (17), diante de uma plateia lotada em um hotel de Salvador, João Leão lembrou que foi líder do governo Lula na Câmara e disse que tem carinho pelo ex-presidente. No entanto, ele ainda espera que o líder petista diga que deseja o seu apoio.

“Se Lula quiser o apoio, vai ter que me dizer. Tenho carinho muito grande pelo presidente. Fui líder do governo dele por quatro anos e fizemos obras maravilhosas, mas ele precisa dizer”, disse Leão.

A movimentação política do PP em busca de bons resultados nas eleições de 2022 marca o fim da aliança de 14 anos com o Partido dos Trabalhadores (PT) na Bahia. As siglas estiveram juntas nas últimas três eleições estaduais, quando repetiram a dobradinha com candidato a governador e a vice.

Apoio estadual sem impacto nacional

ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e pré-candidato ao governo da Bahia pelo União Brasil (UB), disse que não pretende nacionalizar o debate. Segundo ele, no seu palanque, a decisão nacional de cada partido será respeitada.

Esse posicionamento de ACM Neto deixa livre o caminho para que seus apoiadores abracem a campanha de Lula que, na Bahia, sairá em defesa de outro nome para o cargo de governador: o do secretário estadual da Educação, Jerônimo Rodrigues. O nome do candidato ao senado na chapa do PT deve ser Otto Alencar (PSD), que disputará a reeleição.

O ex-prefeito de Salvador diz que pretende ter cerca de 10 partidos na sua coligação. O partido Solidariedade, que já confirmou apoio a Neto, deve apoiar o ex-presidente Lula no âmbito nacional, enquanto o PP de João Leão seguirá no caminho oposto e subirá no palanque de Bolsonaro.

“Não sou adversário de Lula em nada. Meus adversários serão os pré-candidatos ao governo da Bahia”, disse Neto.

Como um dos líderes do União Brasil, Neto assegurou que sua candidatura estará centrada no debate sobre a Bahia. “Não sabemos quem será eleito presidente, mas estarei preparado para governar a Bahia com qualquer presidente eleito. Fui prefeito de Salvador com a presidente Dilma Rousseff, o presidente Michel Temer e com o presidente Bolsonaro. Isso não impediu de fazer o trabalho que fizemos na prefeitura”, comentou.

Na mesma linha de separar o cenário nacional do estadual, João Leão disse que independente de quem será o novo presidente, seu grupo político estará pronto para governar.

“Nossa parceria será com quem quer que seja o presidente com projetos bons”, assinalou.

Leão ainda afirmou que não aceita a crítica feita pelos seus antigos aliados de que teria sido ingrato ao deixar a gestão do PT na Bahia. O vice-governador diz não considerar os líderes petistas como rivais. “Não sou inimigo de Jaques Wagner, nem do governador Rui Costa”, disse.

Leão segue como vice-governador, já que de acordo com a Lei Complementar, o vice-governador pode ser candidato e preservar o seu atual mandato, caso não tenha assumido o cargo nos últimos seis meses anteriores ao pleito.

Via G1/BA

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